sábado, 10 de setembro de 2011

FESTA DE D. QUINTINO 1948 - Por Edval Cirilo


Nesta época de criança morava na Lagoa Rasa, como pertencia àquele distrito, tínhamos obrigação de participar de pelo menos uma noite da festa. Este percurso era feito a pé, era uns 6 quilômetros, e tinha os pontos de referência neste percurso. Primeiro a casa de João Leandro, depois a casa grande de Eufrásia, a de D. Idália, morada de Chico Jacinto, a Bodega de Zeca Bilio, casa de Nestor, Corredor da Bréa, casa de Vicente Cutia, morada de Valentim, o Corredor de Telvira, as ruínas da uzina de algodão de Raimundo Chico, o casarão de João Luís e a última casa, de Cícero Luís.

A festa tinha de tudo, carrosséis, canoas, jogos de azar de todas as espécies, motel ao ar livre, 3 salões de dança, dezenas de barracas missangas, fotografia tirada na rua a pronta entrega.

As bebidas eram todas quentes (não tinha geladeira) Cachaça, Zenebra, Cinzano, Vinho Jurubeba e Quinado Gerim. Carrinho de suco com gelo ralado que vinha do Crato em caixote conservado a pó de madeira. A tardinha tinha um automóvel de aluguel para passear, o percurso era de meio quilometro e custava quinhentos réis e as pessoas esperavam na fila.

Os comércios que mais se destacavam eram o de Juvêncio gerenciado por José Raquel, a loja de Joaquim de Fana, a mercearia de Mundinho Leonel e outras. Os leilões eram muito animados, mas sempre foi separado. O joio era mais que o trigo, quem era do joio nem dava notícia dos festejos religiosos, mas no final dava tudo certo.

Já era tudo iluminado com um gerador, as luzes eram muito fracas e era completado com luz de carbureto.

Mas é assim, a nossa vida é uma ilusão. Vivemos pensando em um futuro mais promissor e com este pensamento é que estou no fim da minha caminhada, obrigado Senhor por esta minha vida

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