terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ROMARIA Á CANINDÉ

Alguns anos atrás. Meu genro Pedro Morais, foi vítima de uma doença, cujo diagnóstico deu positivo. Foi uma grande preocupação de todos os familiares e amigos. Quando seu irmão Manuel Moraes Brito, teve a inspiração e recorreu a São Francisco do Canindé e para a nossa surpresa a segunda biópsia já deu negativo, que para todos foi um momento de alívio e alegria, já reconhecemos que foi uma graça.

No dia 11.12.2010, formamos uma pequena caravana, 3 carros com as seguintes pessoas: o agraciado Pedro, sua esposa Janaina e seu filho Pedro Júnior, Manuel, o intercessor, sua esposa Alice, sua filha Ana Beatriz e Rita, seu irmão Gesualdo e sua irmã Ceni, seu sogrro Edval e sua sogra Nair, a matriarca Deni, Mundinha e sua sobrinha Dyara.

A saída, às 6 horas da manhã, lembrei-me de pedir a proteção à São José , ao passar em Várzea Alegre, lembrei-me de São Raimundo Nonato, em São Caetano, que foi lugar de Romaria, reforcei o pedido. Ao chegar à BR-20 estava a estátua de N.S. de Boa Viagem mostrando o caminho até Madalena, que já nos esperava na beira da pista, para nos enviar a São Francisco, que nos esperava na entrada da cidade mostrando as suas chagas e querendo dizer faça tudo que ele mandar, eu sou apenas um instrumento em nome de Jesus.

Fizemos nossa obrigação e retornamos à Quixadá, para outra romaria na casa da Mãe do Sertão, que é o Santuário, que começou em 1988, por uma inspiração divina que foi dada a D. Adélio Tomazzine, hoje bispo emérito de Quixadá. Fiquei impressionado ao ler o livro da história do santuário, como ele conduziu esta grande obra em pouco tempo, com um custo financeiro muito grande e as coisas foram se encaixando, como se fosse coincidência, que nem o bispo sabe como tudo acontecia, a ponto de inaugurar no dia 11 de fevereiro de 1995. D. Adélio conta que fez o possível para utilizar todo o material disponível do local, tanto para fazer a parte física, como na parte litúrgica e fazer o mínimo para não agredir o meio ambiente

Uma das preocupações do Bispo é divulgar a atuação de Maria e levar a missão do seu filho em todas as situações. Na Lateral da igreja da Igreja do Santuário tem a ação de Maria na evangelização das Américas, cada País, Maria tem um nome e o quadro descrevendo a sua intervenção nas horas mais difíceis

Para nós que fizemos esta pequena romaria, saímos confortados e abençoados por N.S. Protetora do Sertão. As já que estávamos em Quixadá, aproveitamos para conhecermos o açude Cedro, que é uma verdadeira obra arquitetônica, iniciada em no século XIX ( em 1873) e terminada no século XX( em 1906), com extensão de sei quilômetros, sendo que, a parede dá 500( 300 metros), com pedra bem trabalhada em forma de meia lua, com guarda- mão, que veio da Escócia, iniciada ainda na gestão de D. Pedro II.

Ao retornarmos, chegando a São Caetano, e verificando a data daquela capela, que foi construída em 1862, fiquei a imaginar por que não pesquisei o Santuário de São Francisco? A sua construção? Foi aí que recorri ao livro do Padre Neri Feitosa, sobre a genealogia da família Medeiros, onde encontrei o nome do fundador Francisco Xavier Medeiros, que veio dos açores, uma ilha de Portugal, nos anos de 1.700, que já veio conduzindo a imagem e deu acesso a toda essa romaria.

A São Francisco em nome de toda a família, meu muito obrigado, e à Mãe do Sertão, as suas bênçãos.

MEMÓRIA DOS 100 ANOS DE MARIA DA SILVA BRITO


Nasceu na Palmeirinha dos Britos, no dia 03 de julho de 1910. Filha do 2º casamento de João da Silva Brito com Ana da Conceição, ficando órfã ainda criança, foi criada pela 3ª esposa de seu pai, já dava para perceber que sua infância não foi das melhores.

Aprendeu a ler e escrever o básico para sua sobrevivência, sempre foi muito habilidosa com os afazeres domésticos, capaz de com 16 anos casar-se com um viúvo de 29 anos, um homem de boa reputação, tendo acontecido à cerimônia na casa de oração na Ponta da Serra e tendo como ministro monsenhor Assis Feitosa, no ano de 1926.

Sempre foi fiel a igreja de Jesus Cristo, na ação e na oração e a sua família se multiplicou quase como a de Abraão, porém isto custou muito suor e lágrimas para criar dentro das normas da época, como resultado deste casamento nasceram 13 filhos, sendo 7 homens e 6 mulheres, destes casaram-se 11, o suficiente para gerar 48 netos, 66 bisnetos e 20 tetranetos, totalizando uma descendência de 147 pessoas. Era visível o carinho que tinha com a família e em alguns momentos chegava a ser vaidosa, só querendo morrer depois que visse um tetraneto, e foi ouvida, chegou a pegar no colo e abençoar Anyelle, neta de sua neta Emília, hoje uma belíssima jovem, simpática, estudiosa e carinhosa.

Tinha um filho pródigo na sua vida, mas nunca deixou de dar carinho e afagar quantas vezes fosse preciso. No seu silêncio materno muitas vezes se encontrava em oração. A caridade fazia parte do seu dia a dia, tinha muitas comadres do qual fazia parte das suas conversas informais, gostava de roupas novas, e muito zelosa com a parte da higiene. Era bem interessante ver as pequenas discussões com seu esposo que para nós se tornavam em humor, gostava muito de cozinhar, mas se tivesse carne.

Tinha muita seriedade nas suas simpatias, não era falsa, a sua resposta era de corpo presente e não tolerava conversa besta, a resposta era um cutuco. É pena que a gente não valoriza essas pessoas, e só sabemos o valor que tem quando as perdemos. Foi o meu caso, que vivi 20 anos com esse tesouro e não o valorizei.

Ponta da Serra, 03 de julho de 2010.

Edval Cirilo e Aldenir

DESAFIANDO A NATUREZA

Desde o início da civilização, que o homem procura desafiar Jesus Cristo, discordando de quase tudo. No passado iniciaram uma torre para chegar no céu, era a Torre de Babel, que não deu certo, depois as novas descobertas dos planetas, procurando vestígios de vida e ainda discordam da geração do homem, dizendo que viemos do macaco.

Por que não foram estudar a nossa fauna e decifrar os costumes dos nossos animais? Como o João de barro que sempre faz o ninho, com a mesma matéria prima e do mesmo modelo desde o início e os materiais que compõem esta argamassa que até a chuva não corrói?

E a acauã que faz seu ninho na mais alta árvore e cobre de espinhos ao redor da árvore para afastar os predadores?

Outro que faz seu ninho perto de um maribondo para maior segurança.

O beija flor que tem seu ninho uma obra de arte.

O Teotônio com seu enorme ninho a beira d’água com todas as espécies de espinhos.

E o urubu que deposita seus ovos em uma toca de pedra e seu filhote nasce branco e quando aparece visita, ele vomita com nojo.

Tem a codorniz que quando se pega ela viva faz-se de morta para fugir.

Tem a curicáca quase desconhecida só aparece à noite com o seu canto estridente procurando alimento.

A mãe da lua com seu canto assombroso nas notes de lua clara, com seu bocão aberto em cima de um toco colhendo alimento.

O furão que só anda em grupo, em forma de um trem, formando uma carreata em busca de alimento.

Estas são pequenas curiosidades que se tem, que não podemos decifrar e preservar esses segredos tão simples, queremos é criar células para tentar fazer um ser humano e se não soubermos manipular pode se virar até num monstro.

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Ponta da Serra, outubro de 2010 Edival Cirilo

SOBREVIVÊNCIA


Lá pelo meio do século XX, havia um cidadão que morava na represa do açude de João Leandro, ao pé da Serra da Fortuna, entre a água e a mata, que se chamava João Bolacha. Trabalhava na fazenda, na diária e para completar a renda familiar, criava bode, galinha e uma grande porca que procriava muito bem, todas as suas crias que eram de doze bacorinhos eram encomendados com antecedência por causa do seu desenvolvimento. E o segredo estava na habilidade deste animal em procurar alimento, passava o dia procurando batata de vitória régia, que tinha em abundância, às vezes em lugares muito fundo que causava admiração a se pensar que ela não retornava mais.

Foi aí, que um parente, chamado Joaquim Mateus, fez uma comparação com o animal, que quando você quer um bom animal para criar, compra uma bacorinha de João Bolacha. Também quando você quer casar um filho ou filha, procure orientá-los para procurar casais que vivam bem unidos, que sejam bons amigos dos filhos e que sirvam de exemplo na comunidade. Por falta destes casais é exemplo que os casamentos não têm mais sustentação, ninguém preserva mais os preceitos que foram repassados pelos nossos antepassados, tornando um povo sem rumo, vivendo como barata tonta, procurando saciar os seus prazeres, levando uma vida mundana e gerando filhos que passam a viver a revelia sem perspectiva de vida digna.

Fica aí o meu protesto de um cidadão inconformado com este sistema globalizado, que só veio desestruturar as nossas famílias.

PONTA DA SERRA, OUTUBRO DE 2010.

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Edival Cirilo