terça-feira, 11 de janeiro de 2011

SOBREVIVÊNCIA


Lá pelo meio do século XX, havia um cidadão que morava na represa do açude de João Leandro, ao pé da Serra da Fortuna, entre a água e a mata, que se chamava João Bolacha. Trabalhava na fazenda, na diária e para completar a renda familiar, criava bode, galinha e uma grande porca que procriava muito bem, todas as suas crias que eram de doze bacorinhos eram encomendados com antecedência por causa do seu desenvolvimento. E o segredo estava na habilidade deste animal em procurar alimento, passava o dia procurando batata de vitória régia, que tinha em abundância, às vezes em lugares muito fundo que causava admiração a se pensar que ela não retornava mais.

Foi aí, que um parente, chamado Joaquim Mateus, fez uma comparação com o animal, que quando você quer um bom animal para criar, compra uma bacorinha de João Bolacha. Também quando você quer casar um filho ou filha, procure orientá-los para procurar casais que vivam bem unidos, que sejam bons amigos dos filhos e que sirvam de exemplo na comunidade. Por falta destes casais é exemplo que os casamentos não têm mais sustentação, ninguém preserva mais os preceitos que foram repassados pelos nossos antepassados, tornando um povo sem rumo, vivendo como barata tonta, procurando saciar os seus prazeres, levando uma vida mundana e gerando filhos que passam a viver a revelia sem perspectiva de vida digna.

Fica aí o meu protesto de um cidadão inconformado com este sistema globalizado, que só veio desestruturar as nossas famílias.

PONTA DA SERRA, OUTUBRO DE 2010.

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Edival Cirilo

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