sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Biografia de João Cirilo Correia

Nascido no ano de 1900 no sítio Lagoa Rasa, 2º filho de Cirilo Grude. No início de sua juventude era um jovem que não parecia querer nada da vida. Gostava de festa, tinha harmônica, não quis estudar. Na primeira carta que recebeu da namorada, nem sabia ler nem escrever e nem mandou ninguém ler, daí a sua irmã Antonia que estava na escola passava os ensinamentos que aprendia para ele, daí tornou-se um homem letrado, muito religioso que tinha a Bíblia como um livro de cabeceira.
Muito trabalhador e muito caridoso, cuidava dos doentes da vizinhança, dando o alimento e às vezes tratando dos ferimentos.
Casado com Dulçulina, sua prima que tinha a mesma vocação para
servir. Na cozinha não faltava comida o dia inteiro para quem chegasse. O povo era muito pobre e era sua devoção dá esmola a quem pedisse, todos os dias. Na seca de 1942, um grupo de famintos andava saqueando as pessoas, ele soube e mandou chamá-los, dizendo que na casa dele não precisava agessão, quando quisessem podia vir buscar e levar o que puderem. Ele encheram os sacos, almoçaram, agradeceram e nunca mais retornaram.
Tinha uma visão geográfica e histórica do mundo, mais para isso, ele tinha vários mapas e livros para pesquisas. Foi duas vezes à São Paulo, uma por Fortaleza, à navio em 1928 e outra pelo rio São Francisco, à vapor em 1940, com a intenção de conhecer geograficamente. Era conhecido naquela região como o "pai da pobreza", era muito humilde, capaz de pedir perdão por qualquer coisa. Foi aí que ele escreveu uma belíssima carta, ao seu grande amigo Edvardo Ribeiro, pedindo pelo amor de Deus um chão no cemitério para seu sepultamento, sendo atendido com todo prazer, ainda hoje temos a cópia desta carta.
Morreu no ano de 1964, com 64 anos, deixou sete filhos, seis casados e um solteiro. Passou dois anos sem trabalhar, mais sobrou seiscentas arrobas de algodão e duzentas quartas de arroz. Por isso faz valer o ditado "quem dá aos pobres, empresta a Deus".
Do sobrinho e afilhado que tanto lhe admirava.

Edval Cirilo

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