quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

LEMBRANÇAS DA PONTA DA SERRA NO INÍCIO DOS ANOS 50

Já era um lugar acolhedor,mesmo com 40 moradias,sendo 8 casas de tijolos e 6 só a frente, as outras eram de taipa, piso batido a maio. Poucas bodegas, a de Raimundo Ribeiro,a de Antonio pires, a loja de José Joca, a fábrica de cigarro de Vicente Lima, a fábrica de queijo de Joaquim Valdevino, 2 casas de jogos de baralhos e uma escola pública até o 3º ano. Uma missa mensal celebrada em latim,2 cafés, o de Violeta e o de Mãe Velha, este era afrodisíaco o seu caldo. Um açougue de boi e outro de criação, uma casa de bilhar, uma feira de panela de barro e rosário de catolé nos dias de missa.
Três comemorações de festas religiosas, com muitos jogos caipira, rifa, bozor,baralhos iluminados com lamparina e lampião de carboreto. Estas datas eram Natal, ano novo e Santos Reis.
A devoção a São José era muito grande, principalmente nos seus festejos à 19 de março, toda comunidade se mobilizava com muita devoção.
Meio de transporte só tinha, um caminhão no dia da feira, às vezes algum que vinha de Farias Brito ou o de Pedro Paulo da fazenda Borís.
Nos anos de 1951 surge o jipe, foi quando Gessir de João Leandro e Joaquim Brasil, compraram financiado pela agricultura à preço de 26 contos de réis. Estes jipes vinham em contêiner até Campina Grande onde eram montados. Logo depois Sr. Juvêncio e Pedro Luís de D. Quintino compraram um GMC e um Ford facilitando mais as viagens até Crato.
Era de costume todas as famílias se sentarem nas calçadas à noite contando histórias e contemplando as belezas dos céus, a lua cheia às vezes cantando belas valsas, acompanhado por José de Terto, com sua harmônica e nas noites de escuro contemplando o Cruzeiro do Sul, com o seu carreirão de estrelas e as histórias de trancoso. Não havia fogão à gás, tudo era à lenha da terra de Sr. Belo e a água também, mas como era tão bom, porque se tinha temor à Deus.
Edval Cirilo

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